segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A força de um urso

O significado do seu nome já diz tudo: Bernardo - "bravo como um urso, forte como um urso, um soldado corajoso". Você foi guerreiro, como o seu pai falou, desde os primeiros segundos de vida. Hoje, estamos todos em casa, felizes e babando a nossa cria. Lindo, lindo! O post do seu pai foi emocionante e transmitiu tudo aquilo o que vivemos e aprendemos nestes longos 10 dias de UTI. Mais uma vez tive a certeza de que o amor incondicional dos pais pelos filhos é a coisa mais verdadeira que temos em nossas vidas. Há pouco tempo você está aqui entre nós, mas há muito eu já te amo, meu pequeno príncipe. Digo por mim e pelo seu pai, a nossa vida mudou. Você chegou para completar a nossa família e nos unir ainda mais e mais. Você foi um presente de Deus, filhão, tenho certeza disso. Já chegou nos ensinando muitas coisas e isso te faz ainda mais especial. Tenha essa força sempre na sua vida, você veio ao mundo para ser feliz e vencer!! E eu e seu pai estaremos sempre, sempre ao seu lado.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Dez dias que mudaram nosso mundo



De acordo com as previsões iniciais, hoje (25/1) seria o dia em que Bernardo chegaria entre nós. Mas, na natureza, pouco - ou quase nada - acontece de forma cartesiana. Assim, o dia 25 acabou sendo o dia do segundo nascimento do nosso rubro-negro. Quis Deus que, às 8h09min do dia 16, o irmão do Paulo Henrique, da Beatriz e da Alice saísse de seu retiro intrauterino de 37 semanas. Chegou pelas habilíssimas mãos da equipe comandada pelo Dr. Salvador, que já trouxera Alice ao mundo, e foi entregue, tão logo deixou o ventre, às já por nós tão familiares e igualmente competentes mãos do Dr. Leopoldo Arraes - pediatra de Ph, Bibi e Alice. Pesou quase 3 kg (2,945 kg) e mediu 49 cm de altura.
Tudo ia bem até que, ainda no berçário, o santo Dr. Leopoldo percebeu uma agitação, um desconforto respiratório, no nosso herói. Começava ali a saga do guerreiro e, para nós, a inédita e assustadora experiência de entrar na UTI NeoNatal. O primeiro impacto é quase fulminante: choramos todos, eu, Nanda, vovó Irene, vovó Cecília... A imagem de Bê com o Cepape, a sonda nasogástrica, o soro na delicada veia, e o ruído dos alertas dos vários aparelhos que o monitoravam não sairão, jamais, de nossa memória.
Assim como a solidariedade dos pais das outras crianças internadas e a extraordinária competência da equipe do Ceperj e da Physiocare. Médicos, enfermeiras, fisioterapeutas, técnicas de enfermagem, todos, enfim, tornaram o calvário imprevisto muito mais tolerável, e, desde o primeiro momento, nos deram a certeza de que Bernando estava em ótimas mãos.
Os primeiros amigos de nosso filho são o Lucas, o Enzo, a Valentina, o Guilherme, o David e a Luiza, guerreiros, como ele, desde as primeiras horas de vida. É incrível a vontade desta turminha de viver, assim como o é a fé inabalável de seus pais de que seu restabelecimento virá.
Aos poucos, começamos a nos familiarizar com aquele universo. Pais que se prezam não desgrudam dos monitores. Fui batizado, inclusive, "papai-monitor", já que, por vários dias, não sosseguei diante de cada alarmezinho que soava - até me certificar de que qualquer mudança nos batimentos ou no saturação poderia ser causada por uma simples mexida do bebê, foi um sufoco!
Outro que mereceu codinome foi o Julio, pai do Lucas, apelidado "papai-resíduo", sempre a perguntar se saíra algum do estômago do filhote.
Aprendemos, também, que havia todo um rito de passagem - ou saída - dentro da UTI: primeiro, o berço com monitores; dali, mediante melhoras no quadro clínico, rumo à incubadora; e, por fim, glória das glórias, a ida para o berçinho, sinal da alta iminente. Foi assim com o Enzo e a Larissa.
Cada vitória, por menor que aparentasse, foi comemorada com muita emoção por todos os que participaram desses dez dias que mudaram nossas vidas: "a saturação está em 21%", "ele não tem mais resíduo", "vamos tirar o soro", "é hora do leite via sonda", "mamãe, pode dar o peito pra ele", até o apogeu - "ele terá alta amanhã".
Assim como já acontecera com seus irmãos, Bernardo logo mostrou a que vinha: deixou a São José envergando o manto sagrado, da cabeça aos pezinhos. Em casa, à espera dos familiares e amigos que vieram lhe dar as boas-vindas, o primeiro troca-troca: sai o "uniforme de mangas compridas", entra o body rubro-negro. Pronto: São Judas Tadeu conta com mais um devoto aqui por baixo. Filho de um judeu e uma espírita, esse sincretismo representa a diversidade da Nação Rubro-negra, da qual passa a fazer parte. A valer a tradição familiar, Bernardo há de comemorar títulos em seu ano de nascimento: o pai, nascido em 1965, veio ao mundo para logo se tornar campeão carioca; o mesmo aconteceu com Paulo Henrique (1996) e Bibi (1999). Já Alice, nascida em 2006, colocou no peito a faixa da Copa do Brasil.
Que Bernardo tenha muita saúde e felicidade! O amor dos que o cercam já está garantido.
Beijos a todos os que rezaram pela recuperação do moleque. Para o alto e avante!